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Especialistas discutem a pós-graduação no Brasil

Dirigentes de agências de fomento, professores, pesquisadores e estudantes estão reunidos, no Centro de Convenções, para discutir os gargalos e o futuro da área no país

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O GBMeeting tem como objetivo avaliar desde os elementos envolvidos na escolha de um tema de pesquisa e a definição do orientador, até as dificuldades do setor, que enfrenta queda no número de inscritos

Dirigentes de agências de fomento, professores, pesquisadores e estudantes estão reunidos desde segunda-feira (29) na Unicamp para discutir os gargalos e o futuro da pós-graduação no Brasil. O evento, que termina nesta quarta-feira (31), integra a VI edição do GBMeeting (Encontro dos programas de pós-graduação em Biologia Morfofuncional e Molecular e em Genética e Biologia Molecular da Unicamp). O objetivo do encontro foi avaliar desde os elementos envolvidos na escolha de um tema de pesquisa e a definição do orientador, até as dificuldades do setor, que enfrenta queda no número de inscritos.

A mesa de abertura contou com as participações da pró-reitora de pós-graduação e reitora em exercício, Rachel Meneguello; do coordenador de pós-graduação do Instituto de Biologia IB), Cláudio Werneck; do coordenador de pós-raduação em Biologia Morfofuncional e Molecular (BMM), André Damásio; do coordenador de pós-graduação em Genética e Biologia Molecular (GBM), Pedro Vieira; e do representante discente da pós-graduação em GBM, Mateus de Araújo Pessoa.

Para Rachel Meneguello, a vida acadêmica exige escolhas difíceis, já que o estudante precisa estar consciente de que os projetos em que se envolve podem durar seis, sete anos, e irão marcar o restante de sua trajetória na academia. “Muitos fatores nos levam a pensar em ingressar na pós-graduação, mas é preciso decidir a que se dedicar. Esse é o dilema. Porque isso envolve todo um processo individual de escolha, de vocação, e de adequação dessa vocação ao trabalho. Por isso é importante entender a vocação do seu trabalho”, ensina ela.

“Essa vida de cientista, de pesquisa, depende muito de quanto você tem prazer em trabalhar e fazer. Costumo falar que, como cientista, a gente bate muito com a cabeça na parede, e quando as coisas dão certo, a gente praticamente não se cura e parte para o próximo desafio”, disse o coordenador de pós-graduação do IB, Cláudio Werneck.

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A pró-reitora de Pós-Graduação, Rachel Meneguello: estudante precisa estar consciente de que os projetos em que se envolve podem durar seis, sete anos

Interação entre academia e setor produtivo

No segundo dia do GBMeeting, o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, fez um alerta às instituições de ensino superior. Galvão defendeu maior interação entre a academia e o chamado setor produtivo e disse que os estudantes devem ser formados para atender às demandas da sociedade. “As universidades têm de saber formar seus alunos para a sociedade. Para trabalhar em empresas, no setor público”, advertiu ele. “Têm de formar mais doutores, mestres, para as demandas da sociedade”, reforçou.

O pró-reitor de pesquisa da Unicamp, João Romano, lembrou que o tema da mesa tratou a pós-graduação como o coração da ciência brasileira. Segundo ele, os pós-graduandos devem pensar na academia como uma opção, não como o destino da atividade acadêmica. Por isso, defendeu maior inserção dos alunos formados em empresas públicas e privadas.

“Se nenhum dos pós-graduandos for para academia, a ciência míngua, mas se todos estão, de alguma forma, predestinados a irem para a academia e simplesmente serem aceitos em concursos, também é ruim. O sistema não funciona assim. Não é para isso. Mas ainda não conseguimos, no Brasil, encontrar um sistema que seja adequado”, disse.  

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O presidente do CNPq, Ricardo Galvão: estudantes devem ser formados para atender às demandas da sociedade

A mesa contou também com as participações de Helena Nader, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do professor Sylvio Canuto, que é membro da Diretoria Científica da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo).

O congresso fencerra a programação com o tema “Formação Universitária e o mundo corporativo”, com a mediação de João de Oliveira Jr e as palestras de Ricardo Mirando e Suelen Silvana dos Santos.

Texto publicado originalmente aqui.

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