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Dentro de uma nova política de relacionamento com os ex-alunos, a Universidade lança a primeira edição do Prêmio Egresso Destaque da Unicamp. De 30 de outubro a 13 de novembro, cada uma das 26 unidades (entre faculdades, institutos e colégios técnicos) deverá indicar o nome de um egresso da graduação, um da pós-graduação stricto sensu (mestrado ou doutorado) e um de cada colégio técnico. A entrega dos prêmios aos 50 finalistas está marcada para o dia 18 de dezembro.

“O relacionamento com os egressos é uma maneira de fortalecermos a relação da Universidade com a sociedade. Uma de nossas atividades mais nobre, afinal, é formar recursos humanos para atuar em segmentos diversos: médicos, engenheiros, artistas, cientistas sociais, administradores e tantos outros profissionais”, afirma o professor da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) Cristiano Torezzan, responsável pela criação do prêmio e pela implantação da nova política. Ele calcula que o total de egressos da Unicamp chega a 150 mil — incluindo graduação, mestrado e doutorado (stricto sensu), sem contar cursos de extensão. Para Torezzan, a rede de egressos da Unicamp é o ativo mais subvalorizado pela Universidade.

O prêmio faz parte de um conjunto de ações que compõem a nova política de valorização dos egressos da Unicamp, definida como objetivo número 3 do Planejamento Estratégico da Universidade elaborado em gestões anteriores. Para desenvolver e implantar essa política, foi criada uma diretoria especializada em carreiras e egressos, que faz parte da nova diretoria executiva de assuntos estudantis. “A conexão com egressos é uma maneira de avaliarmos os resultados do nosso trabalho. Nossa meta é intensificar esse relacionamento”, complementa Torezzan.

O professor Cristiano Torezzan, responsável pela criação do prêmio:  fortalecer a relação da Universidade com a sociedade
O professor Cristiano Torezzan, responsável pela criação do prêmio:  fortalecer a relação da Universidade com a sociedade (Foto: Antoninho Perri)

Critérios independentes

A criação do prêmio foi aprovada na última sessão do Conselho Universitário (Consu), realizada em agosto. Desde então, foram realizadas três reuniões com os facilitadores das unidades e colégios. A partir da próxima semana (2/10) até o dia 30/10, as unidades deverão divulgar na plataforma Alumni os editais com os critérios definidos — de forma independente — para a escolha dos seus indicados. De 30/10/23 a 13/11/23, acontecem as inscrições e a escolha dos indicados pelas unidades.

Entre as regras gerais, ficou estabelecido que pessoas que têm vínculo com a Unicamp não poderão concorrer, isso inclui servidores e qualquer atividade de ensino. “O espírito do prêmio é reconhecer quem está lá fora. Se reconhecermos alguém que está aqui dentro, estaremos olhando para dentro. Não é o objetivo.” A premiação tem o valor de reconhecimento, sem prêmio em dinheiro.

“É importante enfatizar que se trata de um prêmio de destaque, e não de sucesso”, esclarece Torezzan. “Sucesso é muito difícil de medir, inclusive por conta da particularidade de cada unidade. O que vale é o destaque, que pode ser, por exemplo, como professor de escola pública, ou como empresário, ou alguém que realizou um trabalho que impactou na sociedade.”

Embora os egressos sejam um patrimônio dos cursos da Universidade, muitas unidades nunca tinham parado para pensar numa política de relacionamento. “Na nossa cultura acadêmica, de alguma maneira atribuímos a outros essa tarefa, e não à própria unidade”, diz Torezzan. Poucas unidades, inclusive, conheciam a plataforma Alumni, e uma minoria já possuía uma política voltada para essa questão.

A ideia do prêmio foi movimentar de uma forma homogênea as unidades, respeitando as particularidades de cada uma, por isso foi dada autonomia para que cada uma definisse seus critérios de escolha para os indicados. Escolher apenas um graduado e um pós-graduado por unidade, onde em geral funcionam diversos cursos, foi uma das dificuldades apontadas. O professor acredita que, a partir do próximo ano, o número de finalistas pode ser ampliado.

“Diante da dificuldade, talvez seja uma boa ideia criar uma premiação interna. A própria unidade pode selecionar um indicado de cada curso, fazendo uma premiação de âmbito local, dentre os quais pode escolher um que vai representar naquele ano a unidade”, sugere Torezzan. “Mas é muito provável que no ano que vem se estude a possibilidade de fazer a premiação de um por curso.”

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A plataforma Alumini tem relacionamento com cerca de 7 mil ex-alunos (Foto: Antoninho Perri)

Vantagens atraentes

A plataforma Alumini tem relacionamento com cerca de 7 mil ex-alunos, entre os quais alguns ainda são estudantes ativos. O percentual de egressos é de 2% a 3% do total de formados pela universidade. “É muito baixo. Veja como há muito potencial de crescimento”, acredita o professor, que cita as ações das organizações estudantis como muito positivas no sentido de manter um relacionamento com egressos.

Segundo Camila Medeiros Aguilar, assistente técnica que faz parte da organização do prêmio, as unidades estão recebendo treinamentos sobre a plataforma Alumini, para que entendam quais suas funcionalidades e as repassem aos alunos. Para ampliar o número de cadastrados, foram criadas vantagens atraentes para os egressos. Uma delas é o e-mail permanente @alumini.unicamp e o acesso ao Eduroam para quando os ex-alunos visitarem a Universidade.

Os egressos cadastrados na plataforma também poderão utilizar parte do acervo do sistema de bibliotecas da Unicamp e, em breve, até baixar o diploma. “Enviamos material explicativo, com passo a passo e com as novas vantagens de se cadastrar nas plataformas”, diz Aguilar.

Segundo Torezzan, o prêmio se inspira no trabalho realizado pela Inova com a política de relacionamento com as empresas-filhas. “A Inova se reconectou com as empresas que surgiram aqui, movimentando uma rede que hoje é muito reconhecida, porque deu visibilidade ao fato de que a Unicamp gera empresas e gera negócios”, destaca o professor.

“Foi um trabalho voltado para o CNPJ. Não tenho dúvida de que agora faremos um trabalho voltado para o CPF”, define Torezzan, que acredita que há muitos profissionais que se formaram na Unicamp que hoje ocupam posições de destaque nas mais variadas atividades, mas não têm levado a marca da Universidade necessariamente. “São pessoas que provavelmente têm gratidão, reconhecem a Unicamp, mas não estão reconectadas.”

Evento do anúncio da doação de US$ 750 mi pela empresa norte-americana Qualcomm Incorporated (Nasdaq:Qcom) para o Fundo Patrimonial Lumina da Unicamp (Foto: Antonio Scarpinetti)
Evento do anúncio da doação de US$ 750 mi pela empresa norte-americana Qualcomm Incorporated (Nasdaq:Qcom) para o Fundo Patrimonial Lumina da Unicamp (Foto: Antonio Scarpinetti) 

Dificuldade histórica

De acordo com Torezzan, a Unicamp tem uma dificuldade histórica de relacionamento com os seus egressos, “por conta da ausência de uma política estruturada de egressos”. Depois da formatura, a Universidade não retoma o contato. “Agora é o momento de a Universidade se abrir, assim como nos abrimos para os futuros alunos, com a Universidade de Portas Abertas (UPA), e assim como nos abrimos para os calouros, precisamos abrir uma porta para que nossos ex-alunos e ex-alunas venham nos visitar.”

A presença dos egressos na Universidade, com mentorias ou palestras, pode oxigenar e trazer o novo a partir das experiências e vivências no mercado, acredita o professor, o que pode contribuir inclusive para possíveis mudanças curriculares. Há ainda a possibilidade de contribuição financeira para o fundo patrimonial.

“Hoje, o fundo patrimonial tem um saldo de aproximadamente R$ 2,5 milhões, a maior parte dele fruto de doação de ex-aluno da Engenharia Elétrica, que é CEO (Chief Executive Officer) da Qualcomm e fez uma doação que possibilitou a criação de um programa de bolsas para mulheres nas áreas de engenharia, ciência e matemática, voltado para meninas em situação de vulnerabilidade econômica. Ele teve sucesso financeiro numa empresa e reconheceu a importância da Universidade. Quantas empresas no Brasil estão sendo dirigidas hoje por ex-alunos e ex-alunas da Unicamp e que têm em seu orçamento anual um percentual que pode ser dedicado à doação, ou a cursos, ou a mentorias, ou a patrocínios?”, questiona Torezzan. “É importante criarmos uma cultura de reconhecimento e de doação à Universidade.”

Calendário do Prêmio Egresso Destaque da Unicamp 2023

– Até 29/09/23 – Definição dos critérios de avaliação pelas unidades.

– De 29/09/23 a 30/10/23 – Divulgação do lançamento do prêmio (divulgação dos editais com os critérios de cada unidade na plataforma Alumni). 

– De  30/10/23 a 13/11/23 – Recebimento de Inscrições pela Unidade.

– De 14/11/23 a 17/11/23 – Definição da comissão julgadora.

– Até 30/11/23 – Avaliação da comissão julgadora e aprovação dos indicados na Unidade.

– Até 01/12/23 – Divulgação dos premiados e encaminhamento do resultado ao GR.

– Dia 18/12/23 – Cerimônia de premiação, às 14h, no Centro de Convenções da Unicamp.

O Prêmio foi criado pela Deliberação Consu- A -14/2023, de 01/08/2023. 

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